Com a renúncia da candidatura de Joaquim Roriz ao cargo do governo do Distrito Federal, o processo que tratava da aplicabilidade da Lei Ficha Limpa ainda esse ano ficou prejudicado. Os Ministros do STF não vão mais decidir no referido processo em razão da perda do objeto pela renúncia.
Contudo, a indefinição persiste porque outros candidatos foram impugnados e as impugnações foram mantidas pelo TSE. Esses candidatos poderão receber votos na urna eletrônica porque recorreram da decisão, estando os mesmos sub judice, isto é aguardando um julgamento. Certamente o Supremo não vai decidir de outro processo semelhante antes das eleições que se realizarão em nove dias.
O efeito prático disso é que se os candidatos fichas sujas ganharem as eleições poderão não ser diplomados caso o julgamento ocorra antes da diplomação e se eleitos, poderão perder os cargos durante o mandato.
Tal fato gera um estado de insegurança jurídica, não só entre os candidatos, como também em relação aos eleitores que pretendendo votar em determinado candidato poderá ver o mesmo futuramente destituído do cargo em razão de um julgamento demorado.
O Supremo terá que esperar casos semelhantes chegarem para julgamento a fim de dar uma definição. Ocorre que tal definição poderá ser dada muito tempo depois das eleições ocasionando toda essa incerteza.
Resta ao povo e aos candidatos impugnados esperar para que o Supremo seja ágil e decida sobre a aplicação da Lei Ficha Limpa antes do segundo turno das eleições.
Por outro lado, é extremamente recomendável à população que NÃO VOTE em candidatos que tenham condenações na justiça, que tenham passado de crimes; que já foram condenados por roubo do patrimônio público, por abuso do poder político e econômico nas eleições. É extremamente recomendável que a população se abstenha de votar em candidatos sabidamente corruptos.
Mais que Supremo Tribunal Federal o poder de uma nação vem de seu povo. Recomenda-se que se deixem de lado os fanatismos, as paixões políticas e o deslumbre por certos candidatos que nada contribuíram para o desenvolvimento do Estado e do município.
Em Alagoas, como de resto em todo Brasil, existem verdadeiros criminosos ocupando cargos públicos. Pessoas que sabidamente são conhecidas pelos seus passados de crimes. Há políticos assassinos, ladrões e corruptos cujo interesse na política consiste unicamente em manter seu curral eleitoral às custas da compra do voto e de favores políticos, como empreguismo e assistencialismo, para se locupletarem através de seus cargos, ou seja, para tirar proveito político e econômico de forma criminosa de seus cargos, roubando dinheiro público, superfaturando obras e serviços para se apropriarem do excedente, deixando, por outro lado, a população na miséria, sem políticas sociais básicas.
Assim é importante lembrar nesse período eleitoral que muitas figuras que aí estão disputando cargos eletivos já foram no passado ocupantes desses mesmos cargos, tendo que ser questionado sobre O QUE FIZERAM? É importante olhar onde vivemos e nos questionar se estamos com hospitais equipados e eficientes, se nossas escolas são boas ou se não passam de chiqueiros, se os alunos aprendem, se os professores são bem remunerados, se não atolamos o pé na lama ao sairmos de casa por falta de saneamento básico, se temos o risco de sermos assaltados ou não voltar para casa quando saímos em razão da violência, se nossos dirigentes entram pobres e saem ricos da política, se os nossos filhos levarão uma vida de sacrifícios por falta de oportunidades, por falta de políticas públicas relacionadas com a oferta de empregos, de cursos de especialização entre uma infinidade de outras situações ou faltas que torna a vida do cidadão realmente sacrificada.
Quantos mais morrerão de fome, quantos mais não terão abrigo, quantos mais terão que recorrer ao crime para poder sobreviver, quantas crianças e adolescentes terão que iniciar suas vidas no mercado de trabalho do crack por falta de opções de emprego, por falta de políticos comprometidos?
Em verdade, não devemos esperar pelo julgamento da Lei Ficha Limpa pelo Supremo. Que as expectativas fiquem pra quem deve. O julgamento dos fichas sujas mais que um julgamento pertencente ao Supremo, tem que ser um julgamento da Sociedade, do Povo, de cada um de nós.