terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Situações idênticas, soluções diferentes.

São Francisco de Assis do Piauí escolhe prefeito

Quase quatro mil eleitores de São Francisco de Assis do Piauí (PI) voltam às urnas para escolher os novos prefeito e vice-prefeito da cidade neste domingo (26/12). A votação no município piauiense encerra a agenda de 2010 de eleições suplementares autorizadas pelo Tribunal Superior Eleitoral. 
Em São Francisco de Assis do Piauí, as eleições suplementares foram marcadas após a cassação, pelo Tribunal Regional do Piauí, do mandato de Heitor Gomes Ferreira. Ele é acusado de compra de votos e abuso do poder econômico. 
Dois candidatos disputam as vagas de prefeito e vice. Eliesio Elisio dos Reis e seu vice Josimar João de Oliveira concorrem pela coligação “A voz e força que vem do povo” (PTB/PP/PDT/PRTB/DEM/PT). Já o candidato da coligação “A Mudança Começou e não Pode Parar” (PMDB/PPS) é Laerson Lourival de Andrade Alencar, que tem como vice Fabiana Ferreira de Carvalho e Silva.
Os eleitores de Careiro da Várzea (AM) também voltariam às urnas neste domingo. Eles, no entanto, ainda terão de esperar uma definição sobre a nova data de realização das eleições suplementares na cidade. O pleito deveria ter ocorrido em 13 de dezembro, mas foi suspenso por decisão do ministro Aldir Passarinho Junior.
Um mandado de segurança, apresentado por Ramiro Gonçalves de Araújo, segundo colocado nas eleições de 2008 e autor da ação judicial, culminou na cassação dos primeiros colocados, Raimundo Nonato Silva e Maria da Conceição Costa, prefeito e vice-prefeita. Eles são acusados de compra de votos.
Ao determinar a cassação, o Tribunal Regional Eleitoral do Amazonas convocou as eleições suplementares. Contudo, os votos destinados ao prefeito cassado não alcançaram mais da metade do eleitorado. Por isso, o cargo deverá ser assumido pelo segundo colocado.
Neste ano, das 53 eleições suplementares agendadas, cinco foram suspensas: em Itapororoca e Marcação (PB), em Saubara (BA), em Nossa Senhora de Nazaré (PI) e em Careiro da Várzea. Ainda não estão definidas as novas datas de votação em nenhuma dessas localidades.
Sete cidades brasileiras terão eleições suplementares confirmadas em 2011. Em Morro Cabeça no Tempo (PI) e em Campo Maior (PI) o pleito será realizado em 30 de janeiro. Uma semana depois, em 6 de fevereiro, é a vez de eleitores de Conceição do Mato Dentro (MG), Dourados (MS), Valença (RJ), Mangaratiba (RJ) e Campos dos Goytacazes (RJ) voltarem às urnas. Com informações da Assessoria de Comunicação do TSE.


sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Recesso e metas

A partir desta sexta, dia 17.12.2010, a Promotoria de Justiça estará em recesso só retornando às atividades em 05 de janeiro de 2011.
Apesar de ficarmos apenas um dia por semana na comarca, dividindo a atenção com mais duas cidades (Matriz de Camaragibe e Rio Largo) as quais exercemos nossas atribuições por carência nos quadros de Promotores de Justiça, conseguimos adiantar todos os processos que estavam com vistas ao Ministério Público. 
Demos atenção especial aos processos mais antigos e aos mais urgentes, praticamente limpando as prateleiras da Promotoria que estavam abarrotadas de processos.
No ano de 2011, se ainda estivermos a frente desta Promotoria, tentaremos cumprir algumas metas ainda no primeiro semestre, entre as quais podemos destacar:
  • Conclusão do Inquérito Civil relativo às denúncias de desvio de verba pública nas obras de calçamento de ruas desta cidade e de compra de medicamentos e combustíveis;
  • Emissão de relatório parcial do Inquérito Civil de monitoramento das verbas destinadas aos desabrigados pelas enchentes;
  • Acompanhamento do concurso público para preenchimento de vagas na administração pública municipal;
  • Firmar termo de ajuste de conduta para que o município adquira um ônibus novo para o transporte dos estudantes que se deslocam para Maceió;
  • Recomendar à Câmara municipal para que proceda a eleição indireta para prefeito, nos termos da Constituição Federal;
  • Fortalecimento dos Conselhos Municipal de Direitos e Tutelar da Criança e Adolescente.
Apesar de parecer pouca coisa, este plano de trabalho para o primeiro semestre de 2011 é bastante volumoso, principalmente quando se tem que dividir a atenção com mais duas comarcas. A falta de assessoria técnica e estagiários atrasam bastante o trabalho devido ao volume de processos em outras comarcas e o enfrentamento de problemas semelhantes.
Por fim, desejamos a todos os munícipes de Joaquim Gomes um ano novo de esperanças concretizadas e muita paz, como também a renovação do ânimo na busca por melhores condições de vida e dignidade do povo.
FELIZ 2011.

domingo, 12 de dezembro de 2010

Eleição na Câmara de vereadores

            A Promotoria de Justiça convidou a presidente da Câmara Municipal nesta sexta-feira dia 10 para tratar sobre a eleição do próximo presidente da Câmara e futuro prefeito interino de Joaquim Gomes na eleição que ocorrerá no próximo dia 15.
            O convite se deu em razão da última sessão que foi tumultuada e acabou por não se realizar, tendo a presidente encerrado os trabalhos sem que houvesse sido escolhido o próximo presidente da casa.
            A eleição em tela se mostra bastante disputada, posto que o eleito será interinamente prefeito do município, não deixando de lembrar aqui que a posição do Ministério Público é a de que a Câmara, independentemente de quem seja o novo presidente, deverá no ano que vem convocar eleições indiretas para o cargo de prefeito num processo que não deverá durar mais que noventa dias.
            Na reunião com a atual presidente esclarecemos a necessidade de condução de uma sessão produtiva e harmoniosa, com rigorosa observação do Regimento Interno da casa legislativa a fim de que o novo presidente possa ser escolhido dentro de um processo democrático.
            O Ministério Público, como Guardião do Regime Democrático e fiscal da lei, não poderia deixar de agir preventivamente diante do clima de tensão que envolve os parlamentares deste município, tendo atuado dentro de sua legítima atribuição constitucional.
            Esperamos, como toda sociedade juruquense (natural de Joaquim Gomes), que todos os vereadores respeitem o povo que os conduziu ao nobre posto de legisladores e também fiscais da legalidade no município; que não deem motivos para provocação de desordens; que deem mostras de civilidade e que saibam reconhecer no vencedor a expressão da vontade da maioria, princípio básico dos regimes democráticos.

sábado, 4 de dezembro de 2010

Para quem não votou no 2º turno das eleições

Prazo para justificar ausência no segundo turno das Eleições 2010 termina dia 30 de dezembro

O eleitor que não votou nem justificou a ausência no segundo turno das Eleições 2010, ocorrido no último dia 31 de outubro, tem até o dia 30 de dezembro para apresentar Requerimento de Justificativa Eleitoral ao juiz da zona eleitoral onde está inscrito. Quem se encontrava no exterior no dia da eleição e não participou da votação para presidente da República também deve justificar sua ausência no máximo 30 dias após o retorno ao Brasil.
Para obter o formulário de Requerimento de Justificativa Eleitoral, que é gratuito, basta que o eleitor se dirija a um dos cartórios eleitorais ou postos de atendimento ao eleitor ou, ainda, imprima o documento nos sites do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e dos tribunais regionais eleitorais (TREs) de cada estado. Depois de preenchido, o formulário deve ser endereçado ao juiz da respectiva zona eleitoral.
Na justificativa o eleitor precisa informar os seguintes dados: nome completo, data de nascimento, filiação, número do título eleitoral, endereço atual e o motivo da ausência à votação. Deve ainda ser apensada ao formulário uma cópia de documento oficial que comprove sua identidade. Se o requerimento for entregue com dados incorretos ou que não permitam a identificação do eleitor, não será considerado válido para justificar a ausência às urnas.
Os endereços dos cartórios eleitorais podem ser obtidos nas páginas dos TREs na internet, que podem ser acessadas aqui.
1° turno
O eleitor que não votou no primeiro turno, no dia 3 de outubro, nem justificou a ausência às urnas teve até o dia 2 de dezembro para apresentar o Requerimento de Justificativa Eleitoral ao juiz da zona eleitoral onde está inscrito. Vale lembrar que a ausência a cada turno do pleito deve ser fundamentada isoladamente.
Consequências para quem não justificar
Quem não apresentar a justificativa dentro do prazo, isto é, não regularizar sua situação com a Justiça Eleitoral, deverá pagar multa de aproximadamente R$ 3,50. A não regularização acarretará impedimento para obtenção de passaporte ou carteira de identidade, recebimento de salários de função ou emprego público, participação em concorrência pública ou administrativa, obtenção de certos tipos de empréstimos e inscrição, investidura e nomeação em concurso público.
Também não poderá renovar matrícula em estabelecimento de ensino oficial ou fiscalizado pelo governo, praticar qualquer ato para o qual se exija quitação do serviço militar ou imposto de renda, obter certidão de quitação eleitoral e obter qualquer documento perante repartições diplomáticas a que estiver subordinado.
Quem não votar em três votações consecutivas, não justificar sua ausência e não quitar a multa devida terá sua inscrição cancelada e, após seis anos, excluída do cadastro de eleitores. A regra não se aplica aos eleitores aos quais é garantido o voto facultativo – analfabetos, maiores de 16 e menores de 18 anos e maiores de 70 anos. Também não se aplica aos portadores de certos tipos de deficiência física ou mental que requererem sua justificação pelo não cumprimento daquelas obrigações.
Mais informações sobre a justificativa eleitoral podem ser obtidas no Portal da Justiça Eleitoral: www.justicaeleitoral.jus.br

Fonte: Agência de notícias da Justiça Eleitoral.

domingo, 21 de novembro de 2010

O próximo prefeito de Joaquim Gomes

Tenho acompanhado as notícias sobre a recente eleição para o cargo de presidente da Câmara municipal de vereadores através dos sites locais e da imprensa. A idéia que se traduz dessa guerra política é a de que o próximo presidente da Câmara será o novo prefeito da cidade e ao que parece todos estão acreditando nisso.
Dois grupos opostos disputam a presidência. Não tenho conhecimento até o momento se a eleição na Câmara municipal afrontou as disposições regimentais, sendo nula, ou não, mesmo porque se fala em marcação de nova eleição para próxima quarta. Se houve ou não nulidade é um problema que tem que ser enfrentado inicialmente pela própria Câmara e, caso não resolvido o impasse, pelo Poder Judiciário.
Superado o problema da eleição e escolhido o novo presidente este automaticamente não será o novo prefeito. A Câmara municipal, através de seu novo presidente deverá imediatamente, no início do ano que vem, abrir edital convocando os eleitores elegíveis do município, para se habilitarem ao cargo de prefeito, podendo, inclusive, ser alguns dos próprios vereadores e até o próprio presidente da Câmara candidatos ao cargo, observando-se neste caso as normas regimentais da Câmara.
O certo, contudo, é que no início do ano que vem a Câmara municipal deverá abrir edital convocando eleições indiretas para o cargo de prefeito, onde todos os cidadão deste município, desde que preencham os requisitos de elegibilidade, poderão participar, sendo a votação feita pelos vereadores (daí por que é indireta) em sessão PÚBLICA, na conformidade de preceitos constitucionais atualmente em vigor.

sábado, 20 de novembro de 2010

Lei ficha limpa dependerá do novo ministro - por AVAAZ.ORG



"O destino da Lei Ficha Limpa está por um fio, pois o presidente Lula está prestes a nomear o Ministro que irá desempatar as votações do STF nas apelações dos políticos "ficha suja".

O Lula está sendo pressionado pelos partidos, por políticos corruptos e interesses particulares, para designar um Ministro que vote contra a constitucionalidade da Lei Ficha Limpa, abrindo as portas para que Paulo Maluf, Jader Barbalho e outros candidatos corruptos assumam seus cargos.

Não temos tempo a perder. Vamos reagir e enviar ao gabinete de Lula uma enxurrada de mensagens pedindo que ele escolha um Ministro do Supremo que tenha integridade e sólido currículo anticorrupção."
Assine o manifesto da Avaaz no link abaixo:
Ou escreva diretamente para o Presidente Lula através do portal do Planalto em https://sistema.planalto.gov.br/falepr2/index.php

domingo, 7 de novembro de 2010

Acidente de trânsito com morte e Júri popular

            O direito é, ao mesmo tempo, um instrumento de controle social, de limitação do poder estatal e de garantias do cidadão. Sua aplicação, contudo, não é lá tarefa muito fácil, pois que exige do aplicador uma prévia exegese, isto é, interpretação do texto jurídico. Talvez isso seja o que há de mais difícil nesta ciência.
            Por outro lado e na contramão da ciência jurídica existem operadores do direito que acham tudo muito simples de fazer, vendo neste ramo das ciências sociais um mero silogismo em sua  aplicação: dados os fatos, deduz-se a norma que já se encontra pronta no ordenamento, nascendo desse silogismo simplório, muitas vezes dogmas incontestáveis que se  tornam convicções irrefutáveis em alguns operadores do direito.
            Um desses dogmas construídos é o homicídio praticado na direção (condução) de veículo automotor, que quase sempre é tido como homicídio culposo, aquele em que não há a intenção de matar. O tráfego de veículos nas ruas da cidade, quando obedecidas às normas regulamentares de trânsito, não pode ser visto apenas como algo que por si só ponha em risco a segurança dos pedestres, havendo aqui, o que uma parte da doutrina considera risco permitido. Acidentes ocorrem devido à má utilização do veículo, por imprudência do condutor que deveria se abster de praticar o ato, não obstante considerasse sua conduta incapaz de produzir efeitos danosos. Certamente que em muitos casos há de se reconhecer a culpa do condutor devido a imprudência na condução do veículo.
            Há casos, porém, em que o sujeito assume o risco de produzir o resultado. Ele não o quer diretamente, mas sabe que agindo como age pode produzir um evento penalmente relevante. É o que o nosso Código Penal classifica como dolo eventual. Tal dolo se enquadra perfeitamente na hipótese da tragédia ocorrida, há alguns anos em frente ao principal Shopping desta cidade e reportada por jornal de grande circulação neste Estado, em que um veículo conduzido com excesso de velocidade invadiu um ponto de ônibus matando algumas pessoas. O agente em tela não quis diretamente matar quem quer que fosse, mas ao trafegar em velocidade incompatível com a do local, no mínimo, assumiu a responsabilidade de, numa eventualidade, vir a causar um acidente em que poderia produzir o resultado morte, como de fato ocorreu. E diga-se mais, se por acaso se comprove que em tais delitos o agente conduzia o veículo sob o efeito de álcool, ou outra substância que diminua os reflexos do condutor ou altere seu senso de responsabilidade, temos ainda assim, uma responsabilidade dolosa, visto que o agente sabia previamente que ao se ingerir bebida alcoólica poderia causar danos.
            Tivemos a oportunidade de fazer uma denúncia por homicídio doloso praticado na direção de veículo automotor em fevereiro do corrente ano, quando estávamos a frete da 3a Promotoria de Justiça de Rio Largo, num caso que foi de muita repercussão. Na época, um flanelinha (guardador de carros), de posse da chave de um veículo do qual tomava conta, indevidamente e sem a autorização do proprietário, pôs-se a conduzir o veículo (Golf) em alta velocidade quando veio a colidir violentamente contra um veículo que fazia transporte de escolares, matando duas crianças que se encontravam na van que fazia o transporte escolar. Não tinha o acusado habilitação para dirigir veículo e claramente sua conduta se enquadrava no tipo de homicídio doloso eventual, vez que o mesmo, ao dirigir freneticamente na pista entre Rio Largo e Maceió, não obstante, não pretender matar ninguém, assumiu com sua conduta o risco da produção de um resultado danoso, pois sabia que dirigindo da forma em que dirigia, poderia vir a causar um resultado tal como se deu. O acusado do crime de Rio Largo encontra-se preso até esta data, por decisão do Tribunal de Justiça e já se encontra também pronunciado para ser julgado perante o Tribunal do Júri (proc. n.º 0000261-29.2010.8.02.0051 em trâmite na 3a vara de Rio Largo).
            Há alguns anos, um motorista de ônibus fez uma ultrapassagem forçada numa das curvas da BR que cruza esse município,vindo a causar uma colisão entre o veículo que vinha no sentido oposto com outro ônibus, resultando na morte de cinco pessoas de uma mesma família. Uma tragédia. O condutor inicialmente foi denunciado por homicídio culposo (sem intenção de matar). O processo teve seu trâmite bastante lento, quase chegando a prescrição o que viria a beneficiar o acusado e deixá-lo completamente impune, mas por entendermos que fazer ultrapassagem em curva significa assumir o risco de vir a colidir com o veículo que vem no sentido oposto, aditamos a denúncia e pedimos que o acusado fosse levado a julgamento pelo Tribunal do Júri (competente para julgar crimes dolosos contra a vida), visto que entendemos que não se coaduna com mera culpa o fato de alguém fazer ultrapassagem em curva, pois quem age dessa forma sabe que pode ocasionar um acidente com morte, assumindo assim a responsabilidade por tal evento (proc. n.º 015.07.500204-8 em trâmite nesta comarca de Joaquim Gomes).
            É preciso que os agentes do MP revejam esta vetusta posição de que em eventos onde danos são causados na condução de veículos automotores deve-se sempre aplicar o conceito de crime culposo. Em casos que tais o crime é doloso e, havendo mortes, seu julgamento deverá ser perante o Júri popular, não só por ser juridicamente correto, como também, por atender aos anseios sociais que repugnam a banalização da violência no trânsito.
            Assim, ao invés de se sujeitar a uma pena ridícula que varia entre dois a quatro anos, onde, caso condenado, terá o agente substituída a pena de prisão pela condenação em dinheiro (geralmente obrigação de dar cestas básicas), suportaria o infrator as duras penas de um homicídio doloso, cuja pena varia entre seis a vinte anos.
            Por se referir o Código de Trânsito, expressamente ao crime de homicídio culposo na direção de veículo automotor, sendo omisso quanto ao doloso é que se vem processando largamente pessoas apenas com base nesta disposição legal quando tal evento ocorre, esquecendo-se parte dos agentes ministeriais de que há, no próprio código penal, a previsão do homicídio doloso, com dolo eventual.
            Assim sendo, aqueles que se aventuram na condução de veículo automotor com a consciência de que com sua conduta pode vir a se envolver em acidentes com morte, mesmo que não tenha a intenção de provocar morte no trânsito, deverá responder pelos seus atos perante o tribunal do Júri, competente para conhecimento e julgamento dos crimes dolosos contra a vida.
           

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

PERFIL DO ELEITORADO, DEMOCRACIA E MINISTÉRIO PÚBLICO.


          Estarrecido com os assombrosos dados que afetam a população desta comarca de Joaquim Gomes, analisando as estatísticas disponibilizadas pelo TSE, cheguei a seguinte conclusão no que pertine ao seu eleitorado.
         Dos 14.4071 eleitores que compõe este município da 53ª Zona, podemos obter, por indução, um retrato da ordem no nosso Estado, principalmente no interior do mesmo. Fácil se tornará a compreensão de termos tão péssimos administradores públicos, bem como, fácil se torna saber por que somos um País de terceiro mundo. O descaso com a educação e a saúde pública são alarmantes, porém intencionais, pois é conditio sine qua non  da manutenção de privilégios,  hereditariedade e revezamento nos tronos públicos entre as mesmas figuras.
Segundo dados do TSE, neste município, p.ex., cujo eleitorado é na ordem de 14.407 eleitores, 4.414 são ANALFABETOS2 e 4.413 leem e escrevem. Acostumado com o trato eleitoral já percebi que os que leem e escrevem na verdade são pseudo – alfabetizados, pois que apenas desenham o nome e soletram palavras sem compreenderem o sentido do texto, por mais simples que seja. Levam em média dois minutos para assinar, isto é, desenhar os nomes, levando a um falso diagnóstico de que houve uma queda nos índices de analfabetismo no Estado. Dentre os analfabetos da língua, temos uma divisão: os que não desenham letras e os que sabem desenhá-las para assinar o nome e se livrarem da pecha infamante de analfabetos. A distinção entre analfabetos e os que leem e escrevem camufla uma realidade terrível: o nosso Estado é um Estado de iletrados, não porque o nosso povo queira, evidentemente, mas por que isto é útil aos rapinos – detentores do poder.
         Assim sendo, temos que no município de Joaquim Gomes 8.827 eleitores são iletrados, correspondendo a mais da metade do eleitorado. Num município onde 61,26% dos eleitores carecem de experiência cultural formal, sendo que parte vive embrenhada no mato, sem contato com outra fonte de informação que não seja o rádio com sua programação grotesca, torna-se bastante relevante a tarefa do Ministério Público como defensor do Princípio Democrático.
         No mesmo plano, temos outro dado tétrico, dos 14.407 eleitores, 3.930 têm 1º Grau incompleto, o que significa que mal sabem ler e escrever, vez que a força empregada no corte da cana e alugada aos latifúndios os obriga a uma vida de privações, inclusive a cultural, de modo que, ao invés dos anteriores 8.827 eleitores temos 12.757 eleitores em condições sub culturais, o que vale dizer que mais de três quartos dos eleitores deste famélico município (88,54%), ou seja, quase a totalidade dos eleitores, encontram-se desprovidos de um nível de escolaridade compatível com a dignidade humana. Há que se considerar, para melhor entendimento desta simplória análise estatística, que o eleitor de dezesseis anos deveria estar nos anos finais do ensino médio.
         Com curso superior completo no referido município encontram-se 41 pessoas que votam nesta cidade, porém, boa parte desenvolve suas atividades principais na Capital, ou fora deste município. Entre eleitores com 1º Grau completo até eleitores com segundo grau incompleto temos um total de 1.210 eleitores, num universo de 14.407 o que corresponde a 8,4% dos eleitores que tem acesso a um nível básico de educação. Com 2º grau completo até Superior completo temos um total de apenas 407 eleitores, o que corresponde a 0,028% do eleitorado desta cidade. Níveis típicos de terceiro mundo. Razão esta de elegermos tiriricas, corruptos e assassinos a quem entregamos nossos futuros, os de nossos filhos e de várias gerações.
         Diante deste quadro sinistro podemos dizer que a Democracia encontra-se fragilizada, visto que os eleitores (cidadãos), em sua maioria, não têm condições de se conscientizarem sobre uma adequada escolha, participando, assim, do processo eleitoral de forma capenga, atrelados a currais eleitorais e inconscientes no exercício da soberania popular, o que faz gerar um ruptura do princípio democrático. Nestas condições o papel do Ministério Público acentua-se de forma preponderante e responsável e até assumindo uma postura político-ideológica a fim de reverter tal absurdo.
         Assumir uma postura político-ideológica não significa simpatizar com algum partido político. Tem a ver com uma concepção interpretativa do ordenamento jurídico, revisitando seu aspecto axiológico, inferindo dele a necessária correspondência entre a lei e o justo, efetivando e construindo, assim, a democracia. Em verdade, tal quadro camufla uma oligarquia que gera opiniões e impõe sutilmente ao povo a servidão mediante promessas de melhoras, de empregos ou de casas. Discursos iguais ao de seguimentos religiosos, que prometendo o Reino dos Céus, o Éden, o Paraíso celestial, arrancam dos fiéis dízimos que vão desde uns míseros reais que faz falta ao pobre na hora da mesa até a castração da liberdade em seus múltiplos aspectos como amor, prazer, felicidade e tantas outras coisas “proibidas”, parecendo haver um ardil para conservar o atual status quo. O Ministério Público, por ser guardião da Democracia e dos interesses maiores do Povo, deve estar sempre atento e vigilante, numa atalaia intransigente, pronto para atuar até contra a moral posta, que vem se tornando imoral, subvertê-la, caso injusta e efetivamente, transformá-la a bem da comunidade.
         Abre-se o espaço mais uma vez à velha pergunta, quid sit jus? (o que é  o direito) e suas infindáveis respostas. Olhar a realidade e esperar a concreção de regras jurídicas para só então agir não é o que se espera mais de um promotor de justiça. Diante deste quadro lôbrego de injustiças, de afirmações e declarações de direitos sem a correspondente verificação prática, o Ministério Público surge como entidade dinâmica, além da apatia dos demais poderes constituídos, buscando soluções jurídicas eficazes, tais como firmando ajustamento de condutas eficientes, sugerindo projetos de leis e até (não são poucos os casos) administrando um município informalmente através de recomendações e outros institutos, valendo-se de seu respaldo moral e do respeito que conseguiu estabelecer. Um quarto poder de fato, senão o primeiro, que vem rompendo as estruturas tradicionais de divisão de poder, ganhando não só a confiança e a admiração da sociedade, como também dos poderes institucionalizados, que não encontram opção de controle e de fiscalização se não através do MP (controle e fiscalização da atividade de polícia judiciária, do executivo,do legislativo e demais formas de controle externo a cargo do Ministério Público), respaldado na sua constante ação como defensor incansável da sociedade e da democracia.
         Diante, portanto, de seu mister constitucional de defensor do Regime Democrático, esta singela análise demonstra que há muito que se fazer pela democracia, considerando esta em uma de suas múltiplas facetas como a igualdade de condições de todo o povo de acesso à cultura e à educação de qualidade e, consequentemente, à cidadania, através da possibilidade de escolha consciente de seus mandatários políticos, o que, diante deste lúgubre quadro, impossível se torna a prática democrática neste seu relevante aspecto.
         Ao Ministério Público, por fim, que não está mais no parquet (assoalho), visto que subiu todos os degraus da confiança popular e, consequentemente, da soberania nacional, cabe o efetivo zelo pelo Regime Democrático não esperando que direitos dos cidadãos sejam violados para possibilitar o ingresso de alguma ação civil pública, ou outro remédio judicial, mas sim, também influindo diretamente nos poderes instituídos e na sociedade, pois o respaldo de Poder isento, imparcial e não afetado pela corrupção lhe garante essa possibilidade.


1  Os dados foram extraídos do site do TSE em 29 de outubro de 2010. (www.tse.gov.br/internet/eleicoes/distr_instr_blank.htm).
2  Deve-se levar em consideração que 0,23% dos eleitores, não informaram o grau de instrução.



quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Ficha limpa tem vitória no Supremo

Terminada agora a pouco em mais um empate a decisão do Supremo sobre a aplicação da Lei Ficha Limpa no presente pleito eleitoral. O Ministro Cezar Peluso, aplicando normas regimentais, resolveu a questão mantendo a decisão do TSE no caso Jader Barbalho. O TSE indeferiu o registro de candidatura de Jader Barbalho com base na Lei Ficha Limpa e essa decisão foi mantida pelo Supremo, o que vale dizer que a Lei Ficha Limpa vale para as eleições deste ano. Uma vitória da sociedade.
Veja o que postamos sobre essa lei no link abaixo:
 http://promotoriajoaquimgomes.blogspot.com/2010/09/lei-ficha-limpa.html

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Segurança da Urna Eletrônica - Escola Judiciária Eleitoral do TSE

Segurança e Sigilo do Voto em Urna Eletrônica

Desde quando são utilizadas Urnas Eletrônicas (UEs)?
Os Códigos Eleitorais de 1932, de 1935 e o vigente, que data de 1965, já previam apossibilidade de utilização de “máquinas de votar” em eleições (Decreto 21.076/32, art. 57, II, it. 1; Lei 48/35, art. 83; Lei 4.737/65, art. 152). A despeito dessas previsões, as UEs, verdadeiras “máquinas de votar” eletrônicas, só viriam a ser utilizadas pela primeira vez nas eleições municipais de 1996. Neste primeiro momento, somente nas capitais e cidades com mais de 200.000 eleitores, em um total de 57 municípios (Lei 9.100/95, arts. 18 a 20 e ResTSE 19.515/96, art. 5º). Nas eleições gerais de 1998, a experiência com as UEs se repetiria nas capitais e em número bem maior de cidades brasileiras, totalizando 505 municípios. A partir das eleições municipais do ano 2000, houve 100% de utilização das UEs (Lei 9.504/97, arts. 59 a 62; ResTSE 20.105/98, art. 31; ResTSE 20.108/98; Lei 9.504/97, arts. 59 a 62 e ResTSE 20.563/2000, art. 5º).

Por que o voto é sigiloso?
Trata-se de garantia constitucional e legal. Essa garantia justifica-se em razão de se assegurar a total liberdade do cidadão na escolha de seus representantes políticos, de modo que ela possa estar imune a quaisquer pressões ou interferências de interesses externos à sua própria convicção de eleitor, absolutamente soberana no momento do voto (CF, art. 14; CE, arts. 82, 103 e 220, IV). Para nós brasileiros, como garantia legal, o voto secreto foi previsto desde o primeiro Código Eleitoral. Como garantia constitucional expressa, entretanto, somente surgiu a partir da Constituição de 1946 (Decreto 21.076/1932, art. 56; cf 1946, art. 134).

Como são garantidos o sigilo e a segurança do voto com a utilização das UEs?
Desde as suas primeiras utilizações em 1996 até hoje, o processo eleitoral eletrônico vem sofrendo alterações para a melhoria de sua segurança e garantia de sua inviolabilidade, sendo aperfeiçoados os sistemas, as possibilidades de sua fiscalização e, ainda, facultadas auditorias externas de seu desempenho. A Lei das Eleições, desde a sua redação original, já determinava garantias de sigilo e inviolabilidade do voto na utilização das UEs. Essas determinações legais também já se faziam acompanhar da faculdade de ampla fiscalização pelos Partidos, Coligações e Candidatos sobre as fases do processo eleitoral antes,  durante e depois da votação, na apuração e totalização dos votos, podendo-se conhecer antecipadamente todos os programas de computador utilizados no processo. Desse período até agora foram implementadas alterações no processo em 2002 e 2003 para torná-lo ainda mais seguro e confiável (Lei 9.504/97, arts. 59, parte final e 66; Lei 10.408/2002; Lei 10.740/2003).

Antes da Votação:
Acompanhamento do Desenvolvimento dos Sistemas Eleitorais – no TSE (Lei 9.504/97, art. 66, § 1º; ResTSE 23.205/2010, art.3º – alter. introd. pela Lei 10.740/2003); Cerimônia de Assinatura Digital e Lacração dos Sistemas Eleitorais – no TSE (Lei 9.504/97, art. 66, § 2º e ResTSE 23.205/2010, arts. 4º a 15 – alter. introd. pela Lei 10.740/2003); Publicidade da Geração de Mídias, Preparação e Lacração das UEs – nos TREs (Lei 9.504/97, art. 66, § 5º e ResTSE 23.218/2010, arts 20 a 36 – alter. introd. pela Lei 10.408/2002).

Durante a Votação:
Realização de Votação Paralela – nos TREs (Lei 9.504/97, art. 66, § 6º e ResTSE 23.205/2010, arts. 46 a 67 – alter. introd. pela Lei 10.408/2002); Registro e Assinatura Digital de Voto (Lei 9.504/97, art. 59, § 4º; ResTSE 23.205/2010, arts. 42 a 45; ResTSE 23.218/2010, arts. 98 e 99 – alter. introd. pela Lei 10.740/2003); Ampla Fiscalização da Votação – nas Seções Eleitorais (CE, arts. 131 e 132 c/c Lei 9.504/97, arts. 65 e 66; ResTSE 23.218/2010, arts. 79 a 81).

Depois da Votação:
Distribuição de Boletins de Urna (CE, art. 179 c/c Lei 9.504/97, art. 68; ResTSE 23.218/2010, arts. 43, 65, 100, 101 e 103, § 3º); Oficialização do Sistema de Gerenciamento da Totalização – nas Juntas Eleitorais e TREs (ResTSE 23.218, art. 123); Ampla Fiscalização da Totalização – nas Juntas Eleitorais (CE, arts. 161 e 162; Lei 9.504/97, arts. 66 a 71 ResTSE 23.218/2010, arts. 96, 97 e 155).
Convém ressaltar que as UEs já foram submetidas a auditorias e perícias por entidades como a Unicamp (2002), a Polícia Federal (2008), e, mais recentemente, em 2009, submetidas a testes públicos oficiais promovidos pelo próprio TSE para aferição de sua segurança e confiabilidade. Em todas as circunstâncias, confirmaram-se amplamente essas qualidades.

O que mudou nas eleições brasileiras com a utilização da UE?
A utilização da urna eletrônica contribuiu decisivamente para o fim das fraudes no processo eleitoral, assim como para a considerável rapidez de todas as suas fases. Além da realização da votação, a UE é usada para apuração e totalização eletrônica de votos e, mais recentemente, também foi adotada para o cadastramento e a identificação biométrica de eleitores.

FONTE: Boletim Informativo da Escola Judiciária Eleitoral do TSE, n. 14, 13 set. 2010, in: http://www.tse.gov.br/eje/arquivos/informativos/14_Seguranca_e_Sigilo_do_Voto_13_09_2010.pdf

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

EM NOME DE DEUS


            Nesse segundo turno das eleições presidenciais estamos nos deparando com o duro combate entre os remanescentes na disputa pelo cargo de presidente da República. Todas as armas parecem ser utilizadas pelos presidenciáveis. O tom ríspido dos discursos, acusações caluniosas, quem fez mais e quem fez menos, quem tem mais ou menos experiência entre outras tantas coisas que vem em prejuízo do eleitor, confundindo-o e buscando o voto do cidadão de maneira pouco elogiável, mas que são coisas que estamos acostumados a ver no guia eleitoral (se é que se pode chamar isso de guia).
            O que mais me chamou a atenção, contudo, foi a nova arma utilizada por um dos candidatos a fim de retirar votos da outra: a religiosidade. Explora-se agora a fé cristã e protestante, o amor em Cristo. Beija-se crucifixo em comícios. Só falta ajoelhar-se e rezar o credo em cima do palanque. Por seu turno, seguimentos de uma retrógrada igreja católica e de grupos protestantes pedem que o eleitor não vote em determinado candidato, violando terrivelmente a livre escolha de cada cidadão votante, em nome de dogmas ultrapassados e dos quais não se pode contestar. Esqueceram-se esses religiosos que Jesus Cristo foi antes de tudo um revolucionário que contestou os dogmas existentes à sua época e que se rebelou contra o então estado vigente. Por isso que foi condenado à morte.
            Se um candidato taxa o outro de servir aos interesses estrangeiros em nosso país, o outro taxa o primeiro de ser ateu e não acreditar em deus.
            Temas relacionados à saúde pública e a felicidade das pessoas, como aborto e liberação de certas drogas e união homo-afetiva (casamento entre pessoas do mesmo sexo) chegam a ser colocados como verdadeiros tabus, impedindo uma correta discussão e formação de políticas públicas relacionadas. Enquanto isso, milhões de mulheres morrem todos os dias em clínicas clandestinas de aborto; milhões de pessoas tem tolhidas suas possibilidades de serem felizes em razão de uma discriminação absurda; deixa-se que clandestinamente milhares de meninos sequer cheguem a fase adulta em razão do uso contínuo de drogas, tudo por falta de políticas públicas relacionadas a esses temas, porque os mesmos são proibidos e sequer podem ser discutidos num programa eleitoral, num debate sério entre os candidatos porque alguém vai ser taxado de ateu, comunista, ou que não acredita na bíblia! Tais assuntos encontram forte resistência no Congresso nacional em razão de bancadas religiosas.
            A Bíblia, o Corão, os Vedas e outras escrituras podem reconfortar o espírito para quem acredita nelas, no entanto, não trazem as fórmulas (mágicas) de como desenvolver políticas públicas de qualidade que atendam a nossa população. Não é a toa que passados milhares de anos dessas religiões, nenhuma conseguiu resolver problema público algum, ao contrário, até atentaram contra a saúde pública, ao se rebelar certa vez a igreja católica contra o uso da camisinha. A bancada evangélica no Congresso, por seu turno, cai numa terrível contradição: apoia, por um lado, a pena de morte, mas por outro, é contra o aborto, isto é, pode matar quem já está vivo, mas quem ainda vai nascer não se pode tocar. Outras tantas discussões sobre temas importantes deixam de ser consideradas em razão dos tabus e preconceitos religiosos.
            Devemos ter em mente que o Brasil é um estado laico, isto é, desvinculado de quaisquer seitas religiosas, seja cristã, que já foi a religião oficial do Brasil, na época em que Estado e igreja se imiscuíam, seja protestante, seja umbandista, ou quaisquer outras.
            Por outro lado, as políticas públicas que o próximo governo terá que desenvolver não deverá pedir autorização do Estado do Vaticano nem da fé protestante para melhorar a qualidade de vida do povo, visto que o Brasil é um Estado Soberano.
            No próximo dia 31 de outubro ao darmos nosso precioso voto a um dos candidatos devemos antes de tudo ter em mente quais as melhorias que iremos ter em termos de qualidade de vida e em qualidade de serviços públicos, deixando definitivamente de lado velhos preconceitos e tabus intoleráveis na sociedade do presente século. Devemos pensar qual dos candidatos representa significativa melhora nas condições de vida da população e do país.

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

AVAAZ a comunidade que cresce - por Ricken Patel

Make a Comment NOW!A Avaaz está à todo vapor, estamos crescendo rapidamente e conquistando vitórias surpreendentes em todo o mundo. Do Canadá ao Brasil, até a Itália e África do Sul, nossa comunidade não apenas fala, mas também faz e ganha... repetidamente! Clique abaixo para ler mais e participar de um bate-papo ao vivo global para festejar e sonhar com o que vem a seguir:
Algo surpreendente está acontecendo. A nossa comunidade está não somente crescendo por 100 mil pessoas por semana que juntas já somam mais de 25.000.000 de ações on-line realizadas, mas estamos também causando um furor inédito. O nível de entusiasmo pelas mudanças que estamos gerando está nas alturas. 

Nós estamos vencendo. Repetidamente. 

Muitas vezes, nós estamos escolhendo batalhas impossíveis, com muito pouco tempo para ter um impacto. Mas a força da mobilização de um grande número de pessoas de forma agil e direta, está fazendo a diferença, campanha após campanha. Desde o Economist ao Le Monde à Al Jazeera, a mídia está comentando os nossos "sucessos espetaculares", que são capazes de inaugurar uma "revolução política". Aqui estão alguns exemplos apenas nas últimas semanas: 


  • Canadá (420.000 membros da Avaaz), nós encaramos uma aliança do império midiático e o Primeiro Ministro na sua tentativa de subverter a independência dos meios de comunicação do país, e ganhamos.



  • Brasil (730.000 membros), nós levamos o movimento contra a corrupção para a Internet, aprovando a lei Ficha Limpa no Congresso e falando para o STF a manter a legalidade a lei, removendo assim corruptos notórios das eleições – a batalha não acabou mas a Ficha Limpa já é considerada uma revolução na política brasileira.



  • Itália (240.000) nós nos opomos a uma proposta legislativa do Primeiro Ministro para atar as mãos dos investigadores dos casos de corrupção - comentadores saudaram a vitória como a primeira vez na história italiana de como a mobilização online mudou a agenda parlamentar.



  • Argentina (60.000) nós agimos rapidamente para proteger as geleiras no que parecia uma vitória certa das empresas de mineração, porém ganhamos.



  • África do Sul (70.000) construímos um enorme clamor público contra uma proposta de censura sobre a imprensa, forçando o governo a alterar a sua lei de regulamentação da mídia.



  • Alemanha (480.000) milhares de telefonemas de última hora dos nossos membros ajudaram a impedir o governo de cortar drasticamente seu orçamento de ajuda humanitária internacional para saúde.


  • Veja mais detalhes sobre estas campanhas ao final do email ou clique abaixo para ler mais, ver clips da imprensa e deixar um comentário no nosso chat ao vivo: 

    http://www.avaaz.org/po/global_victory_report/?vl 

    Estas foram apenas as vitórias, mas além delas a Avaaz também agiu na tragédia no Paquistão, doando mais de $1,1 milhão para organizações locais que forneceram biscoitos nutritivos e leite para 30.000 crianças por 2 meses e água potável para mais de 3.000 famílias. Na Europa, os membros da Avaaz fez história criando a primeira iniciativa popular com 1 milhão de assinaturas apresentada à Comissão Européia (um mecanismo democrático na nova Constituição da UE), pedindo uma moratória às plantações transgênicas até haver pesquisas de saúde e segurança. 

    Tudo isso em apenas algumas semanas. No primeiro semsetre houveram outras vitórias importantes como a defesa da proibição da caça às baleia e elefantes, o estabelecimento da maior reserva oceânica do mundo e muito mais. É tudo uma prova de que, quando pessoas se unem e agem de forma inteligente e estratégica, a democracia funciona! 

    Acabaram os dias em que nós simplesmente votávamos e depois líamos passivamente e frustrados os jornais para ver o que vinha da política. Estamos entrando numa nova fase da democracia nacional e global, onde os cidadãos são constantemente e fortemente engajados, definindo a agenda política e responsabilizando os governos pelos seus atos. É um momento emocionante e promissor para todos os problemas que enfrentamos. 

    É também uma grande responsabilidade. Nunca houve uma comunidade como a nossa , somos quase 6 milhões de cidadãos de todos os cantos do planeta, capazes de nos mobilizar da noite para o dia. Se continuarmos juntos, divulgando as campanhas e participando cada vez mais, tudo é possível. Da corrupção para o meio ambiente, pobreza, saúde e muito mais, o que acontecerá a seguir, depende de todos nós. 

    Com admiração pelo compromisso de todos e esperança para o futuro, 

    Ricken, Ben, Alice, Luis, Emma, Stephanie, Alexandre, Milena, Heather, Iain, Graziela, Paula, David, Ben, Pascal, Benjamin, Brianna, Veronique, Giulia, Parvinder, Maria Paz, Saravanan, Kien, Yura Vladimir, Alma e o resto da nossa equipa crescente :) 

    Veja abaixo os detalhes sobre cada uma das nossas vitórias de campanha recentes, bem como outras atualizações. Para ver artigos recentes, clique aqui: 

    http://www.avaaz.org/po/global_victory_report/?vl 

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    Uma vitória substancial: impedir favores políticos na mídia canadense 

    Membros canadenses da Avaaz tiveram exito em proteger a sua democracia este mês, impedindo a aprovação de subsídios governamentais para um novo canal de notícias tendenciosas com laços estreitos com o partido conservador. 83 mil pessoas assinaram uma petição contra a ajuda especial do governo para a SUN TV - um canal de TV propagandístico criada por um ex-assessor marqueteiro do primeiro-ministro, Kory Teneycke. O projeto foi concebido depois de um almoço secreto entre Harper, Teneycke, e o infame Rupert Murdoch, que explora impiedosamente seu vasto império da mídia para manipular os líderes políticos de vários países importantes. Murdoch tem alimentado o movimento radical de direita “Tea Party” nos EUA depois de ter sido rejeitado por Barack Obama, e emprega 5 dos principais candidatos presidenciais republicanos dos EUA. Nenhum governo britânico ganhou uma eleição sem o apoio dele em 30 anos. Os canadenses estavam decididos a impedir a chegada no Canadá da mídia tendenciosa de Murdoch, que subverte a democracia. 

    Depois da Avaaz expor a SunTV, o império de mídia jogou todas as tática sujas contra nós – calúnias em seus jornais, ameaças de processos judiciais se não suspendessemos a campanha e até mesmo ligações com uma sabotagem criminosa da nossa petição. Os membros da Avaaz não se intimidaram e reagiram -- com 83.000 assinaturas na petição, 21.000 cartas pessoais para a comissão de imprensa do governo e mais de 400.000 dólares doados para custear processos, lutar a batalha midiática e fazer uma investigação criminal sobre a sabotagem. As doações também contribuiram para a Avaaz contratar os melhores advogados do Canadá e especialistas para ajudar a desafiar a inscrição da SunTV para o governo. 

    O resultado foi uma vitória em todos os aspectos! Kory Teneycke foi forçado a se demitir e SUN TV abandonou sua tentativa de se lançar com financiamento do governo. Murray Dobbin, um comentarista conhecido, escreveu: "É uma grande vitória para todos os canadenses que tiveram tempo de escrever, enviar emails, telefonar e protestar de outras formas este plano grotesco de levar a política canadense para a extrema direita. E é uma vitória em especial para Avaaz o movimento on-line social que expôs Teneycke e suas táticas de intimidação." 

    Ficha Limpa: combatendo a corrupção no Brasil 

    Uma campanha online massiva pela comunidade Avaaz no Brasil ganhou uma surpreendente vitória contra a corrupção. A Ficha Limpa é uma proposta ousada que impede qualquer político condenado por crimes como corrupção e lavagem de dinheiro de se candidatarem. Com quase 25% do Congresso sob investigação por corrupção, muitos diziam que a Ficha Limpa nunca seria aprovada. Mas depois que a Avaaz lançou a maior campanha on-line da história brasileira, ajudando a construir uma petição de mais de 2 milhões de assinaturas, 500 mil ações on-line e dezenas de milhares de telefonemas, nós ganhámos! A Ficha Limpa já está sendo chamada de uma verdadeira revolução na política brasileira. 

    E até agora, graças à comunidade Avaaz e a conscientização pública criado pela campanha, a vitória foi uma duradoura: mesmo com apelações ao STF, conseguimos manter a vailidade da lei, acompanhando o processo a cada passo do caminho e agindo quando há uma ameaça à implementação da lei. 

    Bavaglio: impedir a "lei da mordaça" na Itália 

    Em uma vitória histórica para a pressão popular na Itália, 340.000 italianos se mobilizaram contra o "Legge Bavaglio" ou "lei da mordaça" - o que fatalmente teria restringido o poder do sistema jurídico italiano para combater a criminalidade e a corrupção e teria imposto punições draconianas para os editores e jornalistas que tentam responsabilizar políticos envolvidos. 

    Foi a primeira vez na história italiana que as manifestações públicas foram capazes de mudar a agenda parlamentar. Professor Stefano Rodotà, jurista e colunista do jornal La Repubblica, disse: "Um canal foi aberto entre a política e as pessoas, uma distância que parecia intransponível por um momento foi superado". 

    Argentina: proteger as geleiras 

    Durante anos as empresas de mineração foram destruindo geleiras na Argentina, que compoe 70% da água do país. Um projeto de lei foi proposto para proteger as geleiras, mas ninguém achou que a lei passaria dado o enorme poder das empresas de mineração. Até que membros da Avaaz da Argentina e groups parceiros pressionaram tanto que a maré virou.

    Na semana passada, o Senado argentino aprovou a lei para proteger as geleiras do setor de mineração depois que os membros da Avaaz inundaram senadores chave com mais de 8.000 mensagens antes da votação e colocaram o seu nome na petição apoiando a proteção das geleiras, atingindo mais de 11.000 assinaturas em poucos dias. 

    África do Sul: preservar a mídia independente 

    Mais de 30.000 membros do Avaaz na África do Sul assinaram uma petição para proteger a liberdade de imprensa da interferência do governo. Um projeto de lei que daria o controle do contéudo da imprensa a membros apontados do governo foi alterado e as principais cláusulas ofensivas removidas devido a uma onda de oposição popular. O movimento para preservar a independência da comunicação social na África do Sul está em andamento e a campanha da Avaaz é central para a luta. 

    União Européia: 1 milhão contra plantações transgênicas 

    Avaaz criou uma petição inédita de 1 milhão de assinaturas para a União Européia pedindo uma moratória na produção de culturas geneticamente modificadas até que haja uma investigação sólida a respeito. A petição é a primeira da iniciativa de cidadãos da Comissão Européia - que permite que 1 milhão de cidadãos da UE façam pedidos jurídicos oficiais à Comissão Europeia. 

    A campanha foi lançada em resposta à recente decisão da Comissão de liberar plantações geneticamente modificadas pela primeira vez em 12 anos. A decisão foi vista como um favor para olobby dos transgênicos, mesmo quando 60% dos europeus, acreditam que uma pesquisa sólida deve ser exigida antes de iniciar a produção de alimentos que poderiam representar uma ameaça para a nossa saúde e meio ambiente. 

    Alemanha: garantir fundos essenciais para a saúde global 

    No início de outubro, observadores alertaram que a Alemanha planejava cortar dois terços da sua contribuição para o Fundo Global de Combate à Aids, Tuberculose e Malária. Mas uma onda bem cronometrada de telefonemas de membros alemães da Avaaz ao seu governo ajudou a virar a maré – e o governo da Alemanha anunciou no último minuto que iria contribuir com o seu valor total prometido, US$600 milhões em três anos. 

    Paquistão: contribuindo onde e quando é mais urgente 

    Quando uma catástrofe humanitária de proporções assustadoras atingiu o Paquistão deixando um quinto do país debaixo d'água e milhões de pessoas desabrigadas e precisando desesperadamente de assistência, a nossa comunidade entrou em ação. 

    Doando generosamente, os membros da Avaaz contribuiram mais de $ 1,1 milhão de dólares nos momentos cruciais após o desastre - o financiamento tão necessário foi enviado para organizações locais eficazes. Trabalhando através de organizações internacionais de confiança (Oxfam, Plan, ActionAid) para identificar os parceiros mais efetivos locais, nós ajudamos a obter alimentos essenciais, abrigo e remédios para mais de 20.000 famílias.